Afinal, o que quer dizer cultura do imediatismo?
Você já se pegou impaciente por não conseguir encontrar uma informação em buscas no Google? Ou se irritou porque queria comparar dois modelos de produtos em uma loja online, mas as páginas do site não carregavam?
A necessidade de “querer tudo para agora” é um dos aspectos que caracterizam a cultura do imediatismo e isso afeta tanto os adultos quanto as crianças. Confira a seguir mais informações sobre o assunto e descubra o que fazer!
Mas afinal, o que é cultura do imediatismo?
O ser humano sempre buscou satisfazer suas necessidades e isso não é algo novo. Mas, com a expansão da cultura digital, os limites de tempo necessários para realizar uma ação e obter seu resultado foram bastante reduzidos.
A partir disso, na cultura imediatista acabamos por criar um modo de vida no qual são exigidas respostas instantâneas para quase tudo: os e-mails que enviamos, os feedbacks de colaboradores, os serviços automáticos em lojas, entre tantos outros.
A cultura do imediatismo traz a sensação de que estamos em um “eterno presente”, onde tudo deve ser resolvido de forma instantânea.
Prazos curtos, distâncias reduzidas
Especialistas em cultura digital se debruçaram sobre o problema para entender os detalhes da cultura do imediatismo. Douglas Rushkoff, professor de estudos de mídia na The New School University de Manhattan, trouxe dois termos importantes para entender como vivemos hoje: overwiding e digifrenia.
- Overwiding: é a tentativa de condensar prazos grandes em outros muito menores — como a expectativa de ganhar o equivalente a um ano de lucro em uma única promoção online, por exemplo.
- Digifrenia: é o caos mental provocado pela necessidade de “estar” em mais de um lugar ao mesmo tempo. Por exemplo, quando não conseguimos separar a identidade real daquela desempenhada nas redes sociais.
Desafios e vantagens da cultura do imediatismo
Vencer a necessidade de se ter tudo para agora é o principal desafio da cultura imediatista. Algumas coisas levam tempo! O aprendizado de uma nova habilidade, como tocar instrumentos e compreender outra língua, por exemplo, é um processo lento e contínuo.
Mas isso não significa que existam apenas aspectos negativos. A tecnologia permitiu que os indivíduos trouxessem para o dia a dia diversas vantagens! A realização de várias tarefas ao mesmo tempo, com facilidade e agilidade — respondemos a e-mails enquanto pesquisamos a localização de um novo restaurante ou consultamos nosso extrato no banco —, é uma delas.
O mesmo vale para o acesso à informação de forma rápida: é possível responder a praticamente qualquer dúvida com um clique.
Assim, se bem utilizadas, as tecnologias trazem muitas vantagens para o nosso cotidiano, além de soluções mais ágeis e práticas. Mas é preciso ter cuidado para não cair nas armadilhas do imediatismo.
O impacto nas crianças
Assim como os adultos, as crianças também sentem as influências da cultura do imediatismo. Pode ser por meio do comportamento dos pais, ao observarem sua correria na rotina, o estresse, a ansiedade ou até mesmo na relação com colegas de escola ou professores.
Por isso, também é importante que as crianças se envolvam em atividades que exercitem a construção de conhecimento a longo prazo e a constante tentativa e erro, como a programação. Ela permite que a criança lide com a resolução de problemas que demandam o desenvolvimento da concentração, do raciocínio lógico e da criatividade.
Não é preciso enxergar a cultura do imediatismo como uma inimiga. O ideal é utilizar a tecnologia a seu favor: para tornar as tarefas do cotidiano mais práticas e rápidas e aprender a lidar com a ansiedade em um mundo rápido e competitivo.
Como a nossa relação com o tempo é afetada?
A maneira como nos relacionamos com o tempo vem se transformando. Nessa perspectiva, não há mais uma noção de tempo linear:
- o passado parece distante e apagado, já que não percebemos uma conexão com o antigo;
- o futuro se mostra incerto, uma vez que as mudanças tecnológicas tornam obsoletas qualquer planejamento;
- o presente dá uma sensação de prolongamento e passamos a “querer tudo agora”.
De fato, a internet e as mídias sociais parecem dar uma ideia contraditória de que o amanhã foi abolido. Mas, ao mesmo tempo, pensamos muito no momento seguinte e deixamos de viver o presente. Com isso, muitas pessoas se sentem sobrecarregadas e ficam desorientadas, sem conseguirem se envolver com o mundo ao redor.
Como lidar com a cultura do imediatismo?
Conviver com a cultura do imediatismo não é uma tarefa simples, já que ela está inserida no nosso cotidiano. Porém, os pais têm um papel importante nisso. Confira algumas dicas!
Coloque limites
É necessário impor limites e ensinar a criança a ter paciência. Os filhos devem aprender a escutar o “não” e entender a importância de esperar o momento certo para cada coisa.
Procure ajuda
Se for o caso, também é preciso saber o momento certo de procurar por ajuda especializada. Não são só os adultos que sofrem com estresse e ansiedade. Quando a impaciência começa a afetar a relação da criança com as pessoas e o seu desenvolvimento, está na hora de buscar por auxílio. Psicólogos, psicopedagogos e outros profissionais especializados podem ajudar.
Como vimos, embora a cultura do imediatismo possa ter impactos negativos no desenvolvimento da criança, as tecnologias são grandes aliadas para lidar com as questões que surgem. O importante é ter moderação e buscar formas mais produtivas de usar as inovações tecnológicas — com o aprendizado de programação e robótica, por exemplo.
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